O ponto do casamento não é criar uma rápida comunalidade por derrubar todas as fronteiras; pelo contrário, um bom casamento é aquele no qual cada parceiro indica o outro como o guardião de sua solitude, e assim eles mostram um ao outro a maior confiança possível. A junção de duas pessoas é uma impossibilidade, e onde parece que ela existe, é um remendo, um consenso mútuo que rouba da outra parte ou de ambas as partes sua plena liberdade e desenvolvimento. Mas uma vez que a percepção é aceita que mesmo entre as pessoas mais próximas infinita distancia existe, uma maravilhosa vida lado a lado pode crescer para eles, se lhes acontecer amar a expansão entre eles, que lhes dá a possibilidade de sempre ver um ao outro como um todo e diante de um imenso céu.
Rainer Maria Rilke